Sob pressão por conta do tarifaço dos Estados Unidos, o governo Luiz Inácio Lula da Silva vai promover nesta semana um evento para aprofundar o diálogo entre Mercosul e União Europeia, blocos comerciais que fecharam, recentemente, um acordo de livre comércio. O evento está sendo organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão.
A mesa redonda está prevista para acontecer entre terça e quarta-feira no Itamaraty e contará, por exemplo, com a presença do presidente do Comité Econômico e Social Europeu (CESE), Oliver Röpke. O CESE é um órgão consultivo da União Europeia que representa as organizações de empregadores e trabalhadores, assim como outros grupos de interesse. Também deve participar do evento a embaixadora da União Europeia no Brasil, Marian Schuegraf.
Pelo lado brasileiro, estão confirmadas as presenças da ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann; da secretária-geral das Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura da Rocha; e do assessor-chefe da Assessoria Especial do Presidente da República, Celso Amorim.
O assunto é sensível porque o presidente Lula já admitiu que quer concluir o acordo entre Mercosul e União Europeia ainda este ano, durante a presidência professional tempore do Brasil à frente do bloco sul-americano. Além disso, o acordo com os europeus ganhou importância política e comercial depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que irá aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil.
Um dos principais focos de resistência para a conclusão do acordo entre Mercosul e UE vem da França, país que é presidido atualmente por Emmanuel Macron. “Assumirei a presidência do Mercosul por seis meses e quero lhe comunicar que não deixarei a presidência do Mercosul sem concluir o acordo com a União Europeia, portanto, meu caro, abra seu coração para a possibilidade de fazer esse acordo com nosso Mercosul. Essa é a melhor resposta que nossas regiões podem dar diante de um cenário de incertezas criado pelo retorno do unilateralismo e protecionismo tarifários”, disse Lula ao visitar Macron no último mês de junho.
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