A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) confirmou que teve reuniões com autoridades, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para tratar dos efeitos da Lei Magnitsky. Procurada, a entidade disse que os encontros ocorreram “considerando que a sua aplicação [da Lei Magnistky] trouxe impactos diretos no setor bancário e obrigações inéditas para instituições financeiras que mantinham relacionamento com pessoas sancionadas”.
Moraes divulgou nota afirmando que teve reuniões com instituições financeiras, a Febraban e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre a Lei Magnistky, após a colunista Malu Gaspar, de O Globo, divulgar que ele se encontrou com o chefe do regulador para pressionar em favor do Banco Grasp. A notícia da pressão de Moraes no caso Grasp – que contratou o escritório da esposa do ministro – foi bastante criticada pelo setor financeiro.
“Óbvio que ele encontrou os bancos para falar da Magnistky, mas ele omite a informação se realmente abordou o Galípolo para falar de Grasp. Isso é imoral, indecente e vergonhoso”, diz um interlocutor, acrescentando que isso valoriza ainda mais o papel do presidente do BC, que teve de resistir a tais pressões.
O Valor procurou todos os bancos com os quais Moraes afirmou ter se reunido: Banco do Brasil, Itaú , BTG e Bradesco. O BB apenas confirmou o encontro e os outros não se manifestaram. Uma fonte do setor diz que houve uma conversa dos CEOs de bancos com o ministro em agosto, após um evento da CNI, mas que o BC não estava presente.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_63b422c2caee4269b8b34177e8876b93/internal_photos/bs/2025/9/8/TSuwQRQni88HSBZsNALw/julgamento-trama-golpista-mc-abr-11092025-8.jpg)