Sistema de saúde americano e CEO da UnitedHealthcare sofrem avalanche de críticas nas redes sociais | Empresas

O inglês “The Guardian” destacou na sexta (6) que as redes sociais foram inundadas por expressões de raiva que citam experiências terríveis de muitos americanos com as empresas de seguro saúde e indignação pelos seus lucros.

O “New York Instances” relatou um dos comentários postados numa rede social: “Sou enfermeiro de emergência e coisas que vi com pacientes morrendo e que tiveram seus pedidos negados pelo seguro saúde me deixam com náusea. Simplesmente, não consigo sentir simpatia por ele por causa de todos aqueles pacientes e suas famílias.”

Thompson foi assassinado a tiros, por um homem ainda não identificado, em frente a um lodge em Manhattan onde participaria de um evento para investidores.

Os cartuchos das balas da arma usada no crime continham as seguintes palavras: “deny” (negar), “depose” (postegar) e “defend” (defender). As investigações acreditam que pode ser uma referência ao livro “Delay, Deny, Defend: Why insurance coverage companyes don’t pay claims and what you are able to do about it” (Atrasar, negar, defender: Por que companhias de seguro não pagam os pedidos e o que você pode fazer sobre isso), do acadêmico Jay Feinman.

A seguradora americana atende quase 30 milhões de pessoas com planos de saúde corporativos ou individuais. A companhia tem ainda outros 22 milhões usuários, entre aposentados, idosos e carentes financeiramente, que são custeados com ajuda do governo. No acumulado dos nove primeiros meses, a UnitedHealthcare teve receita de US$ 224 bilhões. A UHG é dona da maior seguradora dos Estados Unidos e uma das maiores companhias do mundo.

A UnitedHealthcare atuou no Brasil por dez anos. A seguradora foi dona da Amil até dezembro de 2023, quando foi vendida para o empresário José Seripieri Filho, numa operação avaliada em cerca de R$ 11 bilhões (considerando possíveis contingências).

Após o assassinato de Thompson, a UHG e CVS Well being, outra grande seguradora americana, retiraram de seus websites as fotos de seus executivos.

Caso foi pontual, diz Abramge

Diante do caso, começam a surgir questionamentos se episódios semelhantes ou críticas severas ao sistema de saúde podem ser replicados no Brasil. A Abramge, entidade que representa mais de 140 operadoras de saúde do Brasil, diz que o caso nos EUA foi um fato pontual e isolado, e não enxerga qualquer impacto à segurança dos agentes de saúde no Brasil.

A Abramge informou ainda lamentar “imensamente o assassinato do CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, e defende que, assim como todo e qualquer outro crime, seja rigorosamente apurado pelas autoridades competentes”, e destacou que o executivo foi um “visionário e basic na transformação do setor de saúde nos Estados Unidos ao liderar os programas Medicare e Medicaid do UnitedHealth Group, essenciais para a democratização do acesso à saúde pela população americana.”

A UHG emitiu comunicado lamentando a perda de seu CEO nas redes sociais, que também foi alvo de mais de 40 mil “emojis” ironizando o conteúdo da carta. “Estamos profundamente tristes e chocados com o falecimento do nosso querido amigo e colega Brian Thompson, CEO da UnitedHealthcare. Brian period um colega e amigo altamente respeitado por todos que trabalharam com ele. Estamos trabalhando em estreita colaboração com o Departamento de Polícia de Nova York e pedimos sua paciência e compreensão durante este momento difícil. Nossos corações estão com a família de Brian e todos que eram próximos a ele.”