Wednesday, March 12, 2025
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Fatores que levaram 200 milhões de pessoas a se “bancarizar” | Finanças

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O número de pessoas com cadastro no Sistema Financeiro Nacional (SFN) passou o patamar de 200 milhões em janeiro por um conjunto de fatores que propiciaram a entrada de novos atores, a digitalização dos serviços e a oferta desses produtos para uma população cada vez mais ampla.

A abertura dessas possibilidades é resultado de um longo processo de construção que passa por políticas públicas como a lei das instituições de pagamento, o Pix e o pagamento do Auxílio Emergencial durante a pandemia, até iniciativas do mercado, como o investimento em tecnologia pelos bancos, a digitalização do SFN e a popularização do comércio eletrônico.

Para que a digitalização dos serviços fosse possível, em primeiro lugar, foi essencial a instalação de uma infraestrutura de web de acesso amplo e a popularização dos smartphones.

Procurado, o Banco Central (BC) destacou que o crescimento da inclusão financeira é resultado de políticas públicas e pontuou que o início foi em 2003 com a regulação dos correspondentes bancários. A norma consolidava as regras para contratação dos correspondentes, que poderiam abrir contas, receber pagamento, além de fazer análise e cadastro de crédito.

Outro marco lembrado por especialistas e representantes do mercado é a lei das instituições de pagamento de 2013. Com uma base authorized, as instituições que ficaram conhecidas como “bancos digitais” conseguiram crescer e ganhar campo com o oferecimento de contas de pagamento e cartões de crédito.

Eduardo Lopes, presidente da Zetta, destaca que essa lei trouxe uma abordagem de regulação proporcional que permitiu a entrada de novos gamers no mercado, as fintechs. “Tem um ambiente regulatório e tem o papel dos entrantes”, destacou.

Esse movimento contribuiu para a queda da concentração no SFN registrada nos últimos anos. O Relatório de Economia Bancária de 2023, documento elaborado pelo BC, aponta, por exemplo, que a redução da concentração naquele ano envolveu o aumento da participação das cooperativas de crédito e das instituições não bancárias, como as instituições de pagamento.

O diretor-executivo da Cidadania Financeira e Relações com o Consumidor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Amaury Oliva, destaca também o papel do investimento dos bancos nesse processo de inclusão. A Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária mostrou que a previsão para os investimentos em tecnologia dos bancos poderia chegar em R$ 47,4 bilhões em 2024. “Essa revolução tecnológica do setor bancário também foi decorrente de investimentos dos bancos”, disse Oliva.

O número de pagamentos de contas, tributos ou transações realizadas pelo celular se tornou majoritário em um curto período e mostra o avanço da preferência dos clientes pelos canais digitais. No primeiro trimestre de 2020, esse canal de acesso representava 31,4% das operações e chegou a 89,9% no terceiro trimestre de 2024, segundo dados do BC.

A facilidade e gratuidade do Pix também contribuíram para esse avanço e, além das 157,2 milhões de pessoas físicas cadastradas, o Pix cresce mês a mês em número de quantidade de transações. Em janeiro de 2024, o número period de 4,3 bilhões e passou para 5,6 bilhões no último mês.

Sergio Biagini, sócio-líder para a Indústria de Serviços Financeiros da Deloitte Brasil, aponta que uma questão interessante do mercado brasileiro é que muitas instituições permitem a abertura do relacionamento e permitem as transações. A partir desse ponto, há um processo de aprendizagem sobre cada cliente. “Eu começo a aprender sobre você e aí vou, ao longo do tempo, te dando a possibilidade de ter acesso ao crédito”, disse.

Aplicativo do Itaú — Foto: Divulgação/Itaú
Aplicativo do Itaú — Foto: Divulgação/Itaú

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